viernes, 14 de diciembre de 2012

Thrash Metal, Morto?


Sendo um dos privilegiados que éramos crianças na década dos 80s, lembro que escutar músicas do Metallica ou Megadeth na rádio era uma coisa relativamente comum. Aliás, com algo de sorte, dava pra curtir um som do Overkill e Exodus em estações comerciais.

Metallica nos 80's
Se eu tivesse que escolher o soudtrack da minha infância, sem dúvida colocaria algumas peças das bandas mencionadas encima. Mas tudo o que é bom termina. Chegaram os noventas, e o movimento Grundge veio a estragar a festa dos metalheads. Ano 2000, o Nü Metal é o  novo rei do pedaço. Muitos de nos pensávamos que o Thrash ficaria só como um memento de um passado distante.

A boa noticia é que os que partilhávamos essa ideia estávamos errados. Nos últimos anos temos tido a oportunidade de testemunhar o reaparecimento desse subgénero. Aquele que estava morto voltou a viver. Mas, como é que aconteceu isso Arturo? Você se perguntará. Fique tranquilo(a), estou aqui para responder.

No ano 2005 saiu ao mercado uma das maiores maravilhas criadas dentro da industria dos videogames. Essa joia se chamou Guitar Hero. Foi um sucesso instantâneo. Não é pra menos. Graças a esse “joguinho” (dito com sumo respeito) até o mané mais desengonçado e sem talento do planeta podia ser uma estrela de rock por um dia.

O heavy metal sempre tem sido sinónimo de virtuosismo com a guitarra, então era lógico que muitas das músicas que a nova geração de adolescentes jogaria seriam desse género, em particular do thrash, fosse pela sua popularidade do género na memoria recente dos americanos (que foram os programadores do jogo), pelo fato de que a idade dos criadores os impulsaria a tirar seu baú das lembranças o género da sua infância ou pelas duas razões.

Isso ocasionou dois fenómenos. O primeiro foi o “segundo fôlego” para muitas bandas velhas. Nesses últimos anos temos visto novos discos de Megadeth, Anthrax, Testament, por citar só alguns, e a turnê dos “Big Four” pelo mundo inteiro.

O segundo acontecimento tem sido ressurgimento com bandas novas tomando a liderança. Evile, Sylosis e Municipal Waste são os portadores do estandarte. O Brasil também tem colocado o ser grão de areia com Violator!!! (voz gutural par disser o nome).

Até bandas famosas, como Trivium, mexeram com o thrash em algum momento. Seu terceiro disco, “The Crusade”, não pode ser classificado com nenhuma outra etiqueta. Os dois mais recentes, mesmo que inegavelmente são Metalcore, ainda tem a mancha visível das suas aventuras o anteriormente mencionado.

Claro, as bandas novas tem um som muito diferente as bandas velhas que ainda continuam a fazer discos nessa época. Muitas tem uma influencia mais direta com bandas que surgiram durante o “período obscuro”, melhor conhecido como os noventas.

Evile
Nesse tempo, bandas catalogadas como “thrash” faziam coisas que pouco ou nada tinham a ver com o Marter of Puppets de Metallica. Pantera e Machine Head (velho) são exemplos que me vem a cabeça. Sua música não era uma caça frenética por velocidade. Algumas canções até cometiam o máximo sacrilégio imaginável. Não ter solos de guitarra em algumas peças (morte aos hereges!). Após algum tempo, esse género se conheceria como post-thrash, e mais tarde Groove Metal.

Então, voltando ao nosso tema, muitas bandas atuais de thrash são realmente bastardos do Groove. Isso é um detalhe. Outro é a afinação das guitarras. As bandas velhas usam a standard (EADGBE), em quanto a maioria das novas usam outras mais graves ou pelo menos Drop D (DADGBE). Algumas até usam guitarras de 7 cordas.

Suficiente? Não! Ainda há mais. Outro fator diferenciador é o fato de que muitas bandas usam guturais misturados com vocais harmoniosos. Também, há havido uma inegável evolução no oficio de baterista. Não só tem virado mais complexo, além disso incorpora elementos profundamente associados a outros géneros, como o “blast beat” do Death e o “gravity blast” do Brutal.

No entanto, seria tolice disser que isso não é thrash. As coisas evolucionam, avançam. Negar esse fato seria equivalente a que alguém argumentasse que o novo Mustang não é digno do nome porque não é exatamente igual ao modelo Shelby 63. Continua sendo o mesmo modelo, mas adaptado ao ano 2012.

Com isso esclarecido, podemos concluir que o Thrash está vivo e chutando. Talvez com menos força que nos 80s, mas parece que continuará ainda por alguns anos. Porém,  é verdade que existem misturas com outros géneros (Thrashcore, anyone?). Mas isso é questão para outra coluna.

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